Transplante Renal
Esse artigo tem por objetivo explicar de maneira simples e prática sobre os principais pontos envolvendo o transplante renal.
O que é o transplante renal?
O transplante renal é uma das opções terapêuticas para aqueles pacientes que apresentam uma doença renal crônica em estágio avançado. De acordo com a portaria de Transplante do Ministério da Saúde, podem ser submetidos ao transplante renal pacientes que se encaixam nos seguintes critérios:
- Pacientes que estão realizando Hemodiálise ou Dialise Peritoneal
- Pacientes em tratamento conservador com Clearance de Creatinina < 10 mL/min
- Pacientes < 18 anos OU diabéticos com Clearance de Creatinina < 15 mL/min
Como é feito o transplante renal?
Depende do tipo de transplante. Existe o transplante renal com doador falecido e com doador vivo. Vamos explicar as diferenças.
O transplante com doador falecido, modalidade mais comum em nosso meio, consiste na doação do rim de um paciente que teve morte encefálica e que apresenta função renal estável associado ao desejo prévio de doação dos rins (quer seja vontade explícita do possível doador ou da família). A partir desse momento é acionado a fila do transplante para avaliação dos possíveis receptores.
Os possíveis receptores precisam ter o mesmo grupo sanguíneo do doador (ou seja, se o potencial doador é do grupo sanguíneo A, só vai entrar na lista como potencial receptor quem for do grupo A também). Além disso é feito um exame de compatibilidade. Ou seja, a fila do transplante renal não feita por tempo de espera mas sim por compatibilidade prioritariamente. Quem for mais compatível fica em primeiro lugar e se tiver condições clinicas de realizar o transplante naquele momento, obtém o rim.
Já o transplante com doador vivo, é realizado quando um doador, por livre e expontânea vontade, sem qualquer interesse financeiro, decide realizar a doação de um dos seus rins (pode ser familiar ou não, mas nesse último caso precisa de autorização judicial). Logo, uma vasta investigação com exames de sangue, urina e imagem devem ser realizados para avaliar a condição clínica do possível doador. Uma vez que a equipe clínica do transplante avaliou e verificou a condição clínica e de compatibilidade (no caso do doador vivo é necessário que haja a compatibilidade do grupo sanguíneo – não é necessário ter o mesmo grupo sanguíneo. Por ex: Um paciente do grupo A pode receber um rim do paciente do grupo B), o transplante pode ser realizado.
O transplante com doador vivo tende a ter uma melhor sobrevida do enxerto renal uma vez que o doador quando doa o rim está em melhores condições clinicas que o doador falecido, tende a ter maior compatibilidade e menor tempo de isquemia. Por isso, sempre que possível, o ideal é avaliar as possibilidades do transplante com doador vivo.
Quanto tempo dura o rim transplantado?
Essa pergunta não tem uma resposta definitiva uma vez que isso depoente de vários fatores. Depende se foi transplante de doador vivo ou falecido, da compatibilidade pré transplante, da doença de base que motivou a doença renal crônica, do uso dos imunossupressores, do número de episódios de rejeição, dentre outros fatores.
Mas essa pergunta é fundamental porque mostra que o transplante renal não é tratamento curativo e o enxerto renal não dura para sempre. Por isso há necessidade de acompanhamento com o médico nefrologista durante todo o processo.
Ficou com alguma dúvida? Coloque sua pergunta nos comentários que estaremos respondendo a todas as questões! Obrigado!
Referências:
https://www.sbn.org.br/fileadmin/user_upload/portarias/portaria2600.pdf
Tratado de Nefrologia 2019 – Capítulo: Transplante Renal