Epidemiologia:
A infecção do trato urinário, também chamada frequentemente de cistite, é a infecção bacteriana mais comum nas consultas médicas ambulatoriais da atenção primária, sendo responsável por 5 a 12% das consultas.
As mulheres são mais acometidas que os homens. Elas tem um risco de 20 a 30x maior de ter uma ITU quando comparada ao um homem. Isso se deve a diversos motivos, sendo os principais uma uretra mais curta e maior proximidade do introito vaginal/uretra com o anus.
A faixa etária mais comum de ser acometida corresponde a mulheres pré-menopausa, com vida sexual ativa.
Fatores de risco:
Os principais fatores de risco para um episódio de infecção do trato urinário são: Ser mulher, relação sexual, uso de diafragma/espermicida, além de fatores biológicos ou genéticos. Alguns estudos sugerem que mulheres com cistite recorrente apresentam maior suscetibilidade à colonização vaginal por bactérias, o que aumentaria o risco de uma infecção do trato urinário nesse grupo de pacientes.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns relacionados a infecção do trato urinário são a disúria (ardência no canal da urina durante e micção), aumento da frequência urinária (número ida ao banheiro), urgência urinária (aquela vontade súbita e urgente de ter que urinar), além de dor suprapúbica. Outros sintomas como sangramento da urina (hematúria) também é frequentemente observado.
Odor forte na urina é sinal de ITU?
Embora a urina turva ou “fedorenta” possa estar associada à bacteriúria (presença de bactérias na urina), não há evidência de benefício em tratar pacientes com apenas essas queixas como tendo ITU antes do início dos sintomas usuais de cistite (citados acima).
A cor e o odor da urina são influenciados pela ingestão de certos alimentos, desidratação e outros fatores não infecciosos. Assim, o aumento da ingestão de líquidos e a observação cuidadosa são abordagens iniciais razoáveis para pacientes que se queixam de alterações no odor ou na cor da urina.
Febre, calafrios, calafrios e outros sinais de doença sistêmica não são compatíveis com o diagnóstico de cistite simples aguda e levantam a possibilidade de pielonefrite ou outra complicação da ITU, sendo quadros potencialmente mais graves e que necessitam de uma avaliação médica imediata.
Diagnóstico:
O diagnóstico é clínico em paciente com sintomas típicos, ou seja, não precisa realizar nenhum exame de urina para a confirmação da ITU
Todavia, em pacientes com sintomas atípicos, ou com risco de ITU complicada (presença de anormalidades urológicas, por exemplo, nefrolitíase, estreitamento no canal da urina), o exame de urina simples e a urinocultura são partes fundamentais para esclarecimento diagnóstico e etiológico.
Tratamento:
Consiste em realizar antibióticos específicos, muitas vezes guiados por cultura de urina, além do uso de sintomático que visam reduzir os sintomas usuais da cistite.
Esse post tem o caráter informativo e educativo, porém não substitui uma consulta médica com o especialista. Cada paciente possui peculiaridades que precisam ser consideradas, examinadas e diagnósticas em consulta médica.