Quais os sintomas da doença renal?

Quais os sintomas da doença renal?

Na maioria das vezes, os pacientes buscam um atendimento médico quando percebem alguma alteração no seu organismo. Essa percepção de que há “algo errado” é subjetivo e depende da interpretação de cada ser humano sobre os sinais e sintomas que surgem no paciente. 

A partir desse sinais e sintomas, o médico classifica por grau de importância, estabelece relações e descobre informações, as vezes pouco valorizadas pelo paciente. Assim se constrói uma história clínica, diagnóstico e conduta terapêutica. 

Agora quais são os principais sinais e sintomas que levam um paciente buscar o nefrologista?
Na maioria das vezes, são sinais e sintomas decorrentes da (1) perda da função dos rins, (2) alterações na urina e (3) problemas irritativos ou mecânicos para eliminação da urina. Vamos explicar esses sinais e sintomas ao longo deste texto. 

Uma das grandes dificuldades, no entanto, é que em fases iniciais os sinais e sintomas costumam ser incipientes, ou não evidentes, devido a capacidade de adaptação do nosso organismo. Essa adaptação, por sua vez, depende da velocidade de instação de uma doença. Quanto mais lenta (entenda-se “crônica”) for a instação da doença, maior é a capacidade do nosso organismo se ajustar. Por essa razão, portanto, é que muitos pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DRC) não sentem “quase nada” mesmo quando já existe um quadro de disfunção renal. 

Com a progressão da doença renal e com o declínio sustentado da função renal, todavia, a capacidade de adaptação do nosso organismo é ultrapassada, de mono que a doença se torna perceptível através de sinais e sintomas. Você sabe quais são esses sinais e sintomas? 

Os principais sinais e sintomas relacionados a doença renal, portanto são: 

1- Edema. O edema pode estar relacionado com a incapacidade de filtração do rim, de modo que há um acúmulo de água no organismo, causando o “inchaço”. Outras vezes, porém, o edema pode estar relacionado com a perda de proteínas na urina. A proteína tem um papel osmótico (de “segurar líquido” dentro do vaso sanguíneo), logo quando há uma perda de proteína pela urina, perde-se esse poder osmótico, gerando o edema. 

2- Aumento da Pressão Arterial. Pode estar relacionado com a incapacidade de filtração do rim, de modo que há um acúmulo de água no organismo, causando a elevação na pressão arterial. Existe ainda a ativação de um sistema de hormônios, chamado sistema renina angiotensina aldosterona, que é ativado, provocando um aumento da pressão arterial

3- Dores Ósseas/Fratura. Secundário ao distúrbio mineral e ósseo que é gerado por diversas alterações no equilíbrio no cálcio, fósforo, PTH, dentre outros

4- Anemia. O rim produz um hormônio chamado eritropoetina (EPO) que age na medula óssea, estimulando a produção de células vermelhas. Devido a disfunção renal, menos EPO é produzida, consequentemente, ocorre anemia, justificando, muitas vezes, o cansaço, fraqueza, indisposição. 

5- Náuseas e vômitos. Ocorre em fases mais avançadas da doença renal, devido ao acúmulo de substâncias urêmicas não eliminadas pelo rim. 

6- Urina Espumosa. Geralmente está associada a perda de proteína na urina, que pode ser secundário a diversos problemas de saúde, desde hipertensão, diabetes até glomerulonefrites. 

7- Urina avermelhada. Pode ser devido a presença de sangue na urina secundário a uma glomerulonefrite, cálculo renal, ou até mesmo uma rabdomiólise 

8- Ardência Urinária (disúria)/ Dor lombar. Tem grande relação com processos inflamatório/infecciosos como infecção do trato urinário, cálculo renal. 

Desse modo, cabe ao médico nefrologista fazer uma avaliação específica de todos esse sinais e sintomas, solicitar os exames pertinentes, entender o diagnostico correto para então realizar um tratamento adequado. 

E como disse Tinsley Tandolph Harrison, um dos principais médicos da história da medicina e autor do livro mais conhecido de clínica médica: “(…) habilidade técnica, conhecimento científico e compreensão humana. Tato, solidariedade e compreensão são o que se espera de um médico, pois o paciente não é uma mera coletânea de sinais e sintomas (…)”

Devemos sempre estar atentos a todos os sinais e sintomas, mas nunca devemos esquecer da importância de ouvir, ter empatia e solidariedade com o paciente. 

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Sobre mim

Graduado em Clínica Médica pelo Hospital Federal de Bonsucesso e em Nefrologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ).

Membro da equipe de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Lucas Copacabana, além de ser Diretor Médico de clínica satélite de diálise.

Especialista em atendimento nefrológico ambulatorial desde 2019, onde busca realizar uma consulta humanizada aliada com o conhecimento científico e técnico. 

Filipe Kruger - Doctoralia.com.br

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